Garimpagem Cultural

Garimpagem Cultural

domingo, 12 de setembro de 2010

Filmes raros e antigos de graça na internet. E legais.


Por: Paulo Rebêlo (reportagem) 

Filmes que caíram em domínio público podem ser baixados legalmente em sites como Veoh, Eol e Public Domain Torrents. Há muitas raridades e várias obras dos anos 60 e 70.

Os amantes do cinema clássico acabam de ganhar fortes aliados na internet. A partir de um movimento de resgate cinematográfico que usa a web para divulgar filmes raros, qualquer pessoa pode se tornar um colecionador profissional, sem precisar pagar pequenas fortunas.

São filmes que caíram em domínio público ou tiveram o direito autoral expirado, hoje disponíveis gratuitamente na web para download ou visualização em tempo real – de forma completamente legalizada.

Imagine as primeiras séries de Flash Gordon, as primeiras encenações de O Fantasma da Ópera, clássicos de Cary Grant e iguarias do cinema europeu e asiático, tudo à distância de um clique.

Sabe aquele filme que você assistiu há 30 anos e, na época, já era considerado “antigo” e depois, nunca mais achou em locadora ou em qualquer outro lugar? Pois saiba que raridades assim podem estar, neste exato momento, em processo de digitalização e indo para a internet, em um processo legal e sem a alcunha de pirataria. Empresas americanas e entusiastas da sétima arte estão vasculhando arquivos públicos, em busca de filmes cujo status seja de domínio público, para transformar da película para formato digital.

É um processo similar ao que ocorre com livros, músicas e outras obras autorais. A depender da lei de cada país, após um determinado período de tempo (décadas), o copyright do filme expira e ele pode ser exibido em público sem o pagamento de direitos autorais.

Três empreendimentos se destacam: o Veoh, um dos serviços mais profissionais e organizados; o Emol, que é meio bagunçado, porém mais fácil para encontrar relíquias do cinema e raridades exóticas; e o Public Domain Torrents, por onde os usuários podem usar o software/protocolo Bittorrent para fazer o download legalizado de filmes para assistir no DVD, no iPod e até mesmo no Playstation Portátil.

Apesar de o enfoque dos sites ser de filmes antigos, há várias obras dos anos 60 e 70 também disponíveis sem copyright, com atores consagrados da “Sessão da Tarde”. Sonny Chiba, Richard Chamberlain, Lee Van Cleef e Chuck Norris, por exemplo, também figuram entre os principais destaques do Public Domain Torrents, em filmes de ação que se perderam no tempo.

Legalidade conquista adeptos

Ao entrar no mundo dos filmes raros, você também conhecerá um pouco da história do cinema se tiver curiosidade de pesquisar. Vários são ganhadores de Oscars ou, no mínimo, receberam premiações internacionais ou se consagraram com o público da época.

É possível encontrar o primeiro registro de O Fantasma da Ópera (1925), A Marca do Zorro (1920) e relativamente recentes como A Noite dos Mortos-Vivos (1968). Tudo gratuito, com a opção de fazer download para o computador e, depois, gravar para assistir no DVD da sala.

Foi movida por um simples trabalho de faculdade que a designer de jogos Drussila Hollanda tornou–se colecionadora de filmes clássicos de terror e, principalmente, da época do expressionismo alemão. “A dificuldade sempre foi encontrar os DVDs, ou até mesmo em VHS, mas pude conferir que muitos filmes que procurava são de domínio público e estão nesses sites para download”, comemora. Drussila ainda gosta de garimpar os sites do Mercado Livre, do eBay (leilão virtual) e as livrarias em busca das raridades.

Outro colecionador amador é Fernando Vasconcelos, bastante conhecido pelos cinéfilos pernambucanos por ser o autor do Kinemail, boletim e site especializado em crítica dos filmes em cartaz na cidade. “No meu caso, só coleciono os medalhões, como filmes de Sergio Leone, Billy Wilder e outros famosos, então é mais fácil encontrar nas lojas. Obras menos conhecidas, de fato, não dá para achar por aqui”, lamenta.

E é justamente esse público de usuário que faz a festa nos sites do Public Domain Torrents e Emol, principalmente.

Aprenda a assistir o filme escolhido

Nos três sites analisados pela Folha de Pernambuco Informática, os filmes estão à distância de um clique ou após um rápido cadastro, também gratuito, como é o caso do Veoh. No Emol, há três opções de qualidade: baixa, média e original. A baixa é para assistir apenas por curiosidade, com a qualidade de imagem ruim. A média, com um pouco mais de nitidez. E a original, é o arquivo bem grande (600 a 700 Mb) com o filme inteiro, que pode ser guardado no computador ou gravado para DVD ou CD.

Para colecionar ou assistir ao filme confortavelmente, com imagens melhor definidas, com resolução superior, o ideal é escolher a melhor qualidade. Lembre-se: a maioria dos filmes são regravações dos originais em 16mm (película), ou seja, independentemente do fator “qualidade” na opção do download, a imagem nunca será igual a um DVD comercial. É quase como um programa gravado da televisão ou um VHS antigo. Tudo é bastante variável, visto que há filmes mais conservados e outros, nem tanto.

Sem a web, gravações seriam quase impossíveis

O diretor do Veoh, Dmitry Shapiro, explica que o site começou como um aglomerado de filmes amadores. As pessoas fazem um curta–metragem e adicionam ao banco de dados da empresa, separado por categorias e votação popular. Shapiro notou uma demanda crescente por clássicos de Hollywood e, desde o mês passado, começou a oferecer obras com status de domínio público, sem problemas com a lei.

Somente na base do Veoh, são 90 filmes “cult” em domínio público. “Se não fosse a internet, as pessoas não teriam acesso a essas raridades. Achá–los é bastante difícil, colecionar, então, é quase impossíve”, alegra–se Shapiro, acrescentando que a vida dos colecionadores agora vai ficar bem mais fácil.

Quem é especialista em dificuldade para conseguir obras raras é o colecionador Cláudio Brayner, dono da Classic Video, com um acervo pessoal que ultrapassa 11 mil filmes. “Comecei em 1985, pouco depois do surgimento do videocassete. Foram anos de noites e madrugadas acordado, gravando filmes da TV aberta e fechada para o vídeo”, relembra Brayner, considerado pela crítica especializada como um dos maiores colecionadores do País.

“Aqui no Brasil só existem mais quatro ou cinco pessoas com um acervo similar ao meu”, adianta. Na opinião do Brayner, com o advento do DVD ficou bem mais fácil colecionar filmes e a internet facilita mais ainda. Até a metade dos anos 90, ele aumentava a coleção trazendo filmes em viagens para o exterior ou em feiras internacionais de cinema.

Tanta dedicação não é fácil. “Meu acervo fica numa sala climatizada, onde ninguém tem acesso, somente eu. Não empresto, não alugo e não vendo”, antecipa Brayner, que também faz gravações por encomenda e disponibiliza uma lista no site da locadora.

De olho no conteúdo agregado

Assim como ocorre na eterna discussão sobre CDs piratas, com os filmes não há tanta diferença sobre o gosto do consumidor, principalmente para quem gosta de guardar capas e material adicional. “Eu nunca baixo filmes da internet, só compro em lojas, porque sou daqueles que gostam de ter a capa, as caixinhas e tudo que tenho direito”, explica Fernando Vasconcelos, do Kinemail.

O colecionador Lula Cardoso Ayres Filho, responsável pelo acervo com mais de 3 mil filmes em película do Instituto Lula Cardoso Ayres, também não simpatiza com a idéia de fazer download dos filmes. “Mesmo o filme sendo de domínio púbico, eu prefiro comprar. Mesmo sabendo que não é pirataria, prefiro pagar pelo trabalho autoral, pelo conteúdo agregado”, diz.”Acho a iniciativa bem interessante. Ver no computador as obras clássicas é muito válido como conhecimento, mas não simpatizo muito com a idéia de não pagar”, completa Ayres, que sequer pega filmes em locadora.

“Não alugo. Se gosto de filme, prefiro comprar para colecionar. E hoje em dia, com TVs por assinatura e canais especializados em filmes, não vejo necessidade de locadoras”, opina. Ayres recomenda o site Internet Movie Database (IMDB), o Silent Era (especializado em cinema mudo) e, para compras, a Amazon. “É incrível como encontramos raridades na Amazon, com qualidade excelente de imagem e a um preço bem barato”. [Webinsider]

(com Folha de Pernambuco).

Sobre o Autor

Paulo Rebêlo (rebelo@webinsider.com.br) é subeditor sênior do e cronista bissexto na.


 Publicada em: 23/03/2006 0:00

sábado, 4 de setembro de 2010

Orwell está se Revirando no Túmulo - Orwell Rolls In His Grave (2004)





(Grã Bretanha, 2004, 84 min. - Diretor: Robert Kane Pappas)

"Mentiras podem tornar-se verdades?
Explore o que a mídia não gosta de discutir: dela mesmo."


Imperdível! Fundamental! Um dos documentários mais importantes a serem assistidos!
Apoiando o 1° Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas que acontecerá em São Paulo, nos dias 21 e 22 de agosto de 2010, o Docverdade tem a honra de postar um dos documentários mais importantes para a sociedade, mostrando a necessidade urgente da democratização da mídia.

"Orwell está se Revirando no Túmulo" (por causa da obra de Orwell "1984", que mostrava a centralização da informação pelo poder dominante) é um documentário que desnuda a mídia tradicional americana mostrando todo o lado corrupto e mesquinho dessa instituição, que cada vez mais está nas mãos de menos donos. Monopólios e oligopólios controlam a opinião das pessoas, escondendo informações, distorcendo fatos, destruindo a democracia. "Goebbels, chefe da mídia nazista, ficaria com inveja de tamanho poder alcançado por ela hoje".

O Documentário também alerta para a janela que se abriu para combater esse quadro: a Internet. Essa é uma excelente oportunidade de agirmos antes que ela se feche.

"Nós equivocadamente pensamos em nosso país como uma democracia, quando na verdade tornou-se uma midiacracia: onde a imprensa, que supostamente deveria verificar o abuso político, faz parte do abuso político" - Danny Schecter.

E a mídia tradicional brasileira, é diferente disso? Analise e tire suas conclusões.

Opções Download:
Megaupload
ou
Torrent TPB (682Mb)

Legendas pt-br

Fonte: doc verdade.

1001 FILMES para ver antes de morrer. Steven Jay Schneider

Conforme seu título já sugere, 1001 filmes para ver antes de morrer é um livro que busca não apenas informar e sugerir, mas também motivar: transformar leitores curiosos em espectadores apaixonados e deixar claro que a pressão é imensa, o tempo é curto e o número de filmes que devem ser assistidos se tornou realmente grande.


Hoje em dia, listas dos "10 mais" sobrevivem quase exclusivamente como enquetes anuais dos críticos e debates sobre os "100 melhores filmes" tendem a se restringir ou a gêneros específicos - como comédia, terror, ficção científica, romance ou faroeste - ou a cinematografias nacionais, como as da França, China, Itália, Japão ou Inglaterra. Tudo isso indica a impossibilidade - ou pelo menos a irresponsabilidade - de se trabalhar com um número menor do que (digamos) mil, quando se pretende preparar uma lista dos "melhores", ou dos mais valiosos, importantes ou inesquecíveis filmes de todos os tempos; uma lista que queira fazer justiça e abranger toda a história da mídia cinematográfica.

Com o objetivo acima em mente, mesmo 1001 rapidamente começa a parecer um número pequeno demais. Talvez nem tanto, se deixássemos de fora os filmes mudos; ou de vanguarda; ou do Oriente Médio; ou as animações; ou os documentários; ou os curta-metragens... Essas estratégias de exclusão, contudo, acabam sendo apenas maneiras de diminuir a pressão, de traçar linhas arbitrárias na areia cinematográfica e de se recusar a tomar a série de decisões difíceis, porém necessárias, para se ter uma seleção limitada de filmes que trate todos os tipos e escolas e tradições diferentes que compõem a arte do cinema com o respeito que lhes é devido. O livro que você tem em mãos assume um grande risco ao oferecer uma lista de filmes imperdíveis que abrange todas as épocas, gêneros e países. Contudo, este é um risco que vale a pena correr e, se você estiver disposto a ver todos os filmes discutidos aqui, pode ter certeza de que morrerá um cinéfilo feliz. Resumindo: quanto mais filmes você vir, melhor.

Então, como determinamos quais 1001 filmes você deve ver antes de morrer? Seria muito mais fácil, e geraria menos controvérsia, se tivéssemos que listar 1001 filmes que devem ser evitados a qualquer custo! Não é nada surpreendente quando se descobre que a crítica de cinema não pode ser considerada uma ciência exata, e não é exatamente um exagero dizer que o Perdidos na noite de uma pessoa pode muito bem ser o Ishtar de outra. Talvez haja maneiras de comparar objetivamente - e até classificar - ciclos, movimentos e subgêneros altamente codificados e historicamente específicos, como o thriller italiano da década de 70, tendo por base, neste caso, a violência estilizada, as narrativas labirínticas e a identificação psicológica. E talvez seja legítimo separar os clássicos indiscutí veis de Hitchcock (Intriga internacional, Janela indiscreta, Um corpo que cai, Psicose, Os pássaros, etc.) dos que são geralmente considerados filmes mais fracos do diretor (Cortina rasgada, Trama macabra, Topázio, Agonia de amor). Porém, em que se basear para escolher entre A hora da partida, de Tsai Ming Liang, e O que terá acontecido a Baby Jane, de Robert Aldrich? Ou entre Viagem à Lua, de George Méliès, e Uma questão de silêncio, de Marleen Gorris? Se o objetivo deste livro é mesmo incluir um pouco de tudo, então como evitar que a lista de 1001 filmes resultante se torne uma grande e diversificada amostra da produção cinematográfica - um caso de mera variedade em detrimento do verdadeiro valor?

São boas perguntas. O primeiro passo para determinarmos os 1001 filmes a serem incluídos aqui envolveu analisar atentamente o número de listas já existentes dos "favoritos", "maiores" e melhores" filmes e priorizar os títulos com base na freqüência com que cada um aparecia nelas. Isso nos ajudou a identificar uma espécie de cânone de clássicos (incluindo os modernos e contemporâneos) que acreditamos merecer um lugar de destaque neste livro, baseando-nos simultaneamente em qualidade e reputação. O que não quer dizer, de forma alguma, que todos os filmes presentes nessas listas mais curtas - e por vezes peculiares - entraram em nossa lista final, mas o exercício nos deu ao menos alguns pontos de referência essenciais e reduziu significativamente a inevitável natureza subjetiva da seleção.

Depois de chegarmos a um conjunto provisório de cerca de 1300 títulos, partimos para revisar a lista de novo (e de novo, de novo, de novo...) com o duplo - e conflitante - objetivo de reduzir o número total e ainda abranger a contento os vários períodos, cinematografias nacionais, gêneros, movimentos, escolas e autores notáveis. Com todo o respeito à última categoria, interpretamos a noção de "autor" com a maior flexibilidade possível, de modo a incluir não apenas diretores (Woody Allen, Ingmar Bergman, John Cassavetes, Federico Fellini, Jean-Luc Godard, Abbas Kiarostami, Satyajit Ray, etc.), como também atores (Humphrey Bogart, Marlene Dietrich, Toshirô Mifune), produtores (David O. Selznick, Sam Spiegel, Irving Thalberg), roteiristas (Ernest Lehman, Preston Sturges, Cesare Zavattini), fotógrafos (Gregg Toland, Gordon Willis, Freddie Young), compositores (Bernard Hermann, Ennio Morricone, Nino Rota), etc.

Também tomamos o cuidado de não dar preferência automática - passe livre, por assim dizer - a produções autodesignadas como "de alto nível" ou exemplos de grande arte cinematográfica (épicos históricos, adaptações da obra de Shakespeare, experimentos dos formalistas russos), deixando de lado os gêneros considerados "menores" (comédia pastelão, filmes de gângster da década de 30, cinema de blaxploitation), ou até mesmo filmes de méritos estéticos relativamente questionáveis (Pink Flamingos, Os embalos de sábado à noite, A bruxa de Blair), franco apelo popular (Top Gun - Ases indomáveis, Quero ser grande, E.T.: o extraterrestre), ou aqueles de valor ideológico ou ético questionáveis (O nascimento de uma nação, Monstros, O triunfo da vontade, Os 120 dias de Sodoma). Em vez disso, nos esforçamos para julgar cada um dos candidatos por suas próprias qualidades, o que significava, para começo de conversa, descobrir da melhor forma possível em que consistia a "qualidade" em questão - o que nem sempre é tarefa simples ou óbvia, como no caso de Pink Flamingos, cuja infame chamada já dizia "um exercício de mau gosto" - e então encontrar maneiras de separar o joio do trigo (mesmo que a diferença entre os dois pareça tão pequena a ponto de ser indiscernível ou irrelevante).

Existe um velho ditado que diz: "Mesmo que você coma filé mignon todos os dias, de vez em quando vai querer um hambúrguer." Em outras palavras, mesmo que seu gosto cinematográfico pese bastante para o lado dos clássicos mundiais reconhecidos (Cidadão Kane, Rashomon, Touro indomável e Encouraçado Potemkim), ou dos tesouros do cinema de arte europeu (A aventura, Hiroshima meu amor e Último tango em Paris), em algum momento você irá querer assistir a um filme que se presta a objetivos completamente diferentes, seja ele um megassucesso hollywoodiano (O parque dos dinossauros, O império contra-ataca, Titanic), uma bizarrice underground (Scorpio Rising, Criaturas flamejantes, Hold me While I'm Naked), ou uma curiosidade cult (El Topo, O segundo rosto, Slacker, Mundo cão, O homem de ferro). 

Da forma como pensamos este projeto, nossa tarefa principal era garantir que, qualquer que fosse seu gosto cinematográfico genérico, ou naquele dia específico em que você resolvesse experimentar algo diferente, este livro pudesse ser um menu em que cada prato é sempre bom.

Finalmente, depois de fazer os derradeiros e sofridos cortes necessários para reduzir a lista para "meros" 1001 filmes, o último passo era ajustar os resultados com base nas opiniões e sugestões oferecidas pelo nosso estimado grupo de colaboradores, cuja experiência coletiva, o conhecimento e a paixão em assistir, debater e escrever sobre filmes garantiram que, embora nenhuma lista de "melhor qualquer coisa" possa ser perfeita (seja lá o que isso signifique) ou totalmente incontestável (não seria uma chatice?), a que você tem nas mãos fosse a melhor possível. No entanto, não é apenas a lista em si que torna este livro tão especial, mas também as resenhas encomendadas que acompanham cada um dos 1001 filmes - ensaios concisos, bem escritos e estimulantes que combinam perfeitamente detalhes importantes do enredo, comentários perspicazes, contexto histórico e cultural e uma boa quantidade de curiosidades (Quer dizer que pensaram em chamar George Lucas para dirigir Apocalipse Now? Quem diria!). Não se deixe enganar pela facilidade com que estes ensaios são digeridos. É preciso um talento único - ou até arte - para se escrever um texto profundo e cativante de apenas 500 palavras sobre filmes como Casablanca, Rastros de ódio ou A regra do jogo, quanto mais 350 palavras sobre Boogie Nights - Prazer sem limites, Gritos e sussurros ou O mensageiro do diabo, ou (pasmem!) 200 palavras sobre Marketa Lazarova, O pianista, ou Cléo das 5 às 7. De alguma forma, e com grande presença de espírito, eles conseguiram, e de modo brilhante.

Quanto à minha experiência em trabalhar neste livro, só posso dizer que as dores de ter que cortar vários dos meus favoritos foram mais do que compensadas pelo prazer de admirar a seleção resultante, de ler tantas resenhas de críticos maravilhosos e descobrir tanto sobre a história, as tradições e os tesouros escondidos que eu não conhecia. Mesmo que você tenha visto todos os 1001 filmes discutidos nestas páginas (parabéns, embora eu duvide bastante), tenho certeza de que será tremendamente recompensador ler sobre eles aqui.

Como editor geral de 1001 filmes para ver antes de morrer, tenho a honra e o privilégio de agradecer a todas as pessoas responsáveis por garantir o sucesso inevitável deste projeto ambicioso. Minha gratidão a Laura Price, Catherine Osborne e ao restante da equipe da Quintet Publishing, uma divisão do Quarto Group; a Andrew Lockett, do British Film Institute; aos mais de 60 colaboradores de nove países diferentes que trabalharam com prazos apertados e um editor carrasco (eu) para produzir as resenhas divertidas e informativas; e, como sempre, a minha família, meus amigos e colegas, cujo apoio e incentivo continua sendo minha arma nem tão secreta assim.

STEVEN JAY SCHNEIDER
EDITOR GERAL

* * *

Nota da edição brasileira
 
Os filmes que foram lançados no Brasil aparecem no livro com o título em português e abaixo dele, entre parênteses, o título original na língua do país de origem. Os filmes que não foram veiculados no Brasil entram com seu título original e uma tradução aproximada no texto
.

Fonte: revista Veja.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Doc TV Brasil - Documentários

Doc TV - Brasil. Onde encontrar documentários de qualidade.


The Top 200 Directors.


Os 50 melhores filmes de diretores estreiantes. Revista Bula

POR  
EM 06/09/2009 ÀS 10:43 AM

Os 50 melhores filmes de diretores estreantes

publicado em
 
Para celebrar a "irada" estreia do diretor Neill Blomkamp, com o filme "Distrito 9" (District 9, 2009), o site londrino TimeOut divulgou seu ranking de 50 filmes de diretores estreantes que considera os melhor concebidos, mais requintados e mais influentes de todos os tempos. A compilação foi feita pelo crítico de cinema Herondes Cezar e publicada originalmente em seu blog: Era Uma Vez no Cinema
Distrito 9
Veja a lista completa, na ordem inversa de classificação: 50) Sem Destino (Easy Rider, EUA, 1969), de Dennis Hopper 49) Jogue Mamãe do Trem (Throw Momma from the Train, EUA, 1987), de Danny DeVito 48) Kids (Idem, EUA, 1995), de Larry Clark 47) Carrossel da Esperança (Jour de fête, França, 1949), de Jacques Tati 46) Digam o que Disserem (Say Anything, EUA, 1989), de Cameron Crowe 45) Policial Violento (Sono otoko, kyôbô ni tsuki, Japão, 1989), de Takeshi Kitano 44) Bob, Carol, Ted e Alice (Bob & Carol & Ted & Alice, EUA, 1969), de Paul Mazursky 43) Celia (Sem título no Brasil, Austrália, 1989), de Ann Turner 42) George Washington (Idem, EUA, 2000), de David Gordon Green 41) Pistoleiro sem Destino (The Hired Hand, EUA, 1971), de Peter Fonda 40) Sozinho Contra Todos (Seul contre tous, França, 1998), Gaspar Noé 39) Repo Man — A Onda Punk (Repo Man, EUA, 1984), Alex Cox 38) Pepi, Luci e as Outras (Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón, Espanha, 1980), de Pedro Amodóvar 37) Aconteceu Perto da sua Casa (C'Est arrivé près de chez vous, Bélgica, 1992), de Rémy Belvaux, André Bonzel e Benoît Poelvoorde 36) Isto É Spinal Tap (This Is Spinal Tap, EUA, 1984), de Rob Reiner 35) Quando os Jovens se Tornam Adultos (Diner, EUA, 1982), de Barry Levinson 34) Acossado (À bout de souffle, França, 1960), de Jean-Luc Godard 33) Um Dia em Nova York (On the Town, EUA, 1949), de Stanley Donen e Gene Kelly 32) Pura Adrenalina (Bottle Rocket, EUA, 1996), de Wes Anderson 31) Na Mira da Morte (Targets, EUA, 1968), de Peter Bogdanovich 30) A Canção da Estrada (Pather Panchali, Índia, 1955), de Satyajit Ray 29) Alice (Neco z Alenky, Tchecoslováquia/Suíça/Reino Unido/Alemanha Ocidental, 1988), de Jan Svankmajer 28) Killer of Sheep (Sem título no Brasil, EUA, 1977), de Charles Burnett 27) A Morte do Demônio (The Evil Dead, EUA, 1981), de Sam Raimi 26) Mad Max (Idem, Austrália, 1979), de George Miller 25) A Faca na Água (Nóz w wodzie, Polônia, 1962), de Roman Polanski 24) L'Âge d'or (L'Age d'or, França, 1930), de Luis Buñuel 23) Shadows (Shadows, EUA, 1959), de John Cassavetes 22) O Homem que se Vendeu (The Great McGinty, EUA, 1940), de Preston Sturges 21) Cães de Aluguel (Reservoir Dogs, EUA, 1992), de Quentin Tarantino 20) Primer (Idem, EUA, 2004), de Shane Carruth 19) Gates of Heaven (Sem título no Brasil, EUA, 1978), de Errol Morris 18) Eraserhead (Idem, EUA, 1977), de David Lynch 17) Buffalo '66 (Sem título no Brasil, EUA, 1998), de Vincent Gallo 16) Bleak Moments (Sem título no Brasil, Reino Unido, 1971), de Mike Leigh 15) Vivendo na Corda Bamba (Blue Collar, EUA, 1978), de Paul Schrader 14) Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (Airplane!, EUA, 1980), de Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker 13) O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chain Saw Massacre, EUA, 1974), de Tobe Hooper 12) Perversa Paixão (Play Misty for Me, EUA, 1971), de Clint Eastwood 11) Desajuste Social (Accattone, Itália, 1961), de Pier Paolo Pasolini 10) Peformance (Idem, Reino Unido, 1970), de Nicolas Roeg e Donald Cammell 9) Relíquia Macabra (The Maltese Falcon, EUA, 1941), de John Huston 8) A Noite dos Mortos Vivos (Night of the Living Dead, EUA, 1968), de George A. Romero 7) Os Incompreendidos (Les quatre cents coups, França, 1959), de François Truffaut 6) Amarga Esperança (They Live by Night, EUA, 1948), de Nicholas Ray 5) Gosto de Sangue (Blood Simple., EUA, 1984), de Joel e Ethan Coen 4) Atalante (L'Atalante, França, 1934), de Jean Vigo 3) Terra de Ninguém (Badlands, EUA, 1973), de Terrence Malick 2) Cidadão Kane (Citizen Kane, EUA, 1941), de Orson Welles 1) O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter, EUA, 1955), de Charles Laughton.





Fonte: Revista Bula.

O último projetista do Cine Cacique

 
Você está preso! – Gritaram no meu quarto, no breu das três da madrugada. Luz de lanterna quase me cegando. Estavam em cinco.  Impossível esquecer-me da típica truculência. Do metal gelado das algemas. E, claro, daquela catinga do desodorante vencido, do bafo de cigarro, café e alho ruminado. Não permitiram que eu me trocasse. Meu chinelo de pelúcia foi minha última conquista, depois de muito implorar. Continuo de pijama. E já não sei onde nem há quanto tempo. Estou sendo conduzido pelos corredores para mais um interrogatório. Nunca me deixam falar, sempre repetindo aquela famosa baboseira: que tudo o que eu disser poderá ser usado contra mim.

Limite-se a responder o que lhe for perguntado!  – Não o vejo, pois a luz do holofote me ofusca, mas é a mesma voz de alerta, dando início ao bombardeio de perguntas – E já assistiu a este aqui? Sim. Como é o nome deste filme? É 1984 mesmo. Descobriu quem era o “Big Brother”, o tal do Grande Irmão? Não, mas acho que o “Grande Irmão” não existia, não fisicamente. Com quem você se identificou no filme? Com Winston Smith, o protagonista. O filme foi baseado em algum livro? Sim. Qual? No livro homônimo: “1984”, de George Orwell. Assistiu a algum filme baseado em outra obra deste autor? Sim. Qual? “Animal Farm”. Fale em português! “A Revolução dos Bichos”! Leu o livro também? Sim. E este aqui? O quê? Assistiu também? Sim. Como se pronuncia este nome? Fahrenheit 451. Qual o significado do nome deste filme? É a temperatura em que o papel se queima. É baseado em livro também? Sim. Qual? O livro tem o mesmo nome, Fahrenheit 451. De que autor? Ray Bradbury. Este “Rei-Brad”... este cara foi o diretor do filme? Não, foi Truffaut. Como? François Truffaut. Leu o livro também? Não. Por quê? Não sei, não surgiu oportunidade. E este? Não consigo ver. E agora? Sim, é “Missing”. Em português! Aqui deram o nome de “Desaparecido, um grande mistério”. Quem é o autor? Não sei. Não sabe? O filme foi dirigido por Costa - Gravas, mas não sei se é ele o autor da história. É um filme político? Sim. Que outro filme deste Costa - Gravas você viu? Amém. Qual? “Amém”. Tem temática política também? Sim. Quantos filmes você já viu? Não sei. Não sabe? Sei lá, perdi a conta. Quantos filmes você tem no seu apartamento? Uns mil e quinhentos. Todos originais? Não, a maioria é pirata, quero dizer, são cópias. Quem fez as cópias? Eu, mas eu não as vendo. Sabia que isso é ilegal também? Sim, mas são raridades, filmes difíceis de serem encontrados. Não tem cinema na sua cidade? Tinha, mas foi fechado e eu trabalhava lá. O que fazia no cinema? Comecei como lanterninha, mas, quando fecharam, eu era o projetista. Qual era o nome do cinema? Cine Cacique. Quando foi fechado? Há uns vinte e poucos anos. Já tentou fazer filmes? Sim, mas não filmes propriamente. Explique-se melhor? Ah, coisa de amador mesmo, sem muita técnica, poucos recursos. Onde estão? No meu computador. Chegou a divulgar algum na internet? Só um. Qual o nome do filme que divulgou? “A verdade está lá fora”. De onde tirou este título? Do seriado de tevê “Millennium”. De que trata? O meu filme ou o seriado? O-se-ri-a-do! Fenômenos paranormais e coisas inexplicáveis. Gosta de assistir a este tipo de filme? Sim. E filmes políticos? Também. E filmes da Xuxa? O quê? Já assistiu a algum filme da Xuxa? Não! Tem certeza? Humm, ah, sim, claro, só o “Amor estranho amor”. É daquele tal de “Trufô” também? Não, filme de Truffaut com a Xuxa?, nunca. De quem então é o filme? Se não me engano, foi Walter Hugo Khouri que dirigiu. Qual a participação da Xuxa no filme? Ela interpretou uma moça que seduz um menino. E... eles chegaram às vias-de-fato? Hã? Não se faça de desentendido! Sim sim, deu a entender que sim. Uma mulher adulta seduzindo um menor? É. E já assistiu a algum filme da Rita Cadillac? Rita Cadillac? Vou repetir: já assistiu a algum filme dela? Não. Por que não, por acaso você é viado? Não. Não gosta de filme pornográfico? Não. Mas nós encontramos vários filmes pornográficos no seu apartamento! Mas aqueles são clássicos do gênero. Como assim, “clássicos do gênero”? São filmes com conteúdo. Explique melhor! Bom, são filmes que não se limitam a apenas excitar o expectador. Acha filme pornô educativo? Alguns são. É?... cite um! Humm... o “Garganta Profunda”! Acha “Garganta Profunda” educativo? O senhor também assistiu? Sou eu quem faz as perguntas aqui, e responda: acha este filme educativo? Sim. Por quê? Bem, acho que toda mulher tem o direito de se realizar, quero dizer, se satisfazer sexualmente.

Chega! Acabou o interrogatório. Levem-no e o coloquem na ala dos condenados a enforcamento, entre as celas da Xuxa e da Rita Cadillac, não aguento mais aquelas duas tagarelando. Execução dos três em uma semana. Cumpra-se. Após, joguem os três corpos em vala comum. Estamos superlotados e precisamos desocupar as celas. E, ah!, sem os dentes e sem as mãos, não quero dar chance ao acaso.

No retorno para a cela, ainda no corredor, cruzei por vários homens algemados e com olhos vendados, e dois deles me chamaram a atenção. Meu Deus! Depois que identifiquei Hector Babenco e Pedro Almodóvar, fiquei realmente preocupado. Onde é que vamos parar? E, em vão, tenho procurado microcâmeras, fios ou cabos suspeitos, um ruído de claquete, alguma sombra de holofote, um grito ou eco de erro de gravação. Minha última esperança é que eu seja apenas uma ridícula caricatura de Truman Burbank. Fecho os olhos, junto as mãos e repito, simulando uma espécie de prece: Show de Truman, Show de Truman, Show de Truman. Mas a imagem de uma corda no meu pescoço me traz de volta. E, com um medo infantil, vou abrindo os olhos lentamente. Eu estou mesmo aqui. Ainda.
 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Programadora Brasil - Filmes Brasileiros Gratuitos


Acesse e descubra como participar e receber os filmes gratuitamente.

IMDb - The Internet Movie Database


O IMDb é o maior banco de dados sobre filmes do mundo. Lá é possível localizar informações sobre a quase totalidade dos filmes já produzidos, seja qual for o país, não importando o ano de produção.

Os Cem Melhores Filmes de Guerra



A SELEÇÃO DOS MELHORES
Confira as listas dos filmes indicados pelos integrantes de nosso júri:
A escolha dos 100 melhores filmes de guerra foi feita a partir dos votos de um júri composto por 12 pessoas, entre jornalistas, críticos de cinema e historiadores. A cada um deles, pedimos que elaborasse sua lista dos 10 melhores filmes de guerra de todos os tempos. Para cada membro do júri, o filme indicado em primeiro lugar recebeu 10 pontos, o segundo lugar, 9 pontos, o terceiro lugar, 8 pontos, e assim sucessivamente, até o décimo lugar, que ganhou 1 ponto. O ranking dos melhores filmes foi elaborado com base na soma dos pontos obtidos dessa forma (veja no quadro ao lado os 1O títulos mais votados). A lista dos 100 melhores filmes foi completada com filmes selecionados pelos editores da revista. 
 Fonte: Revista Aventuras na História.

Adoro Cinema



UM "BRAZILIAN WAY OF LIFE"?

Por Marcelo Cajueiro. (Revista Set)

Revivo o debate sobre o financiamento público para o cinema brasileiro. Lembro do orgulho e do prazer de ver grandes filmes...na minha língua.

Eu e Jiang Guopeng, correspondente internacional da Xinhua, agência de notícias do governo da China, trafegávamos pelas ruas de Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago. Depois de um dia exaustivo de cobertura da Conferência das Américas, dividíamos um táxi até o hotel.

Sobre o que conversar? Jiang tinha uma referência cultural brasileira. “Eu baixei na internet aquele filme da polícia do Rio”, disse. Era Tropa de Elite. “Já havia assistido àquele outro”, acrescentou. Cidade de Deus.

Pela temática dos filmes, inferi que Jiang tinha uma percepção ruim do Brasil. Estava errado. Tropa e CDD, mais as referências usuais — Pelé e Seleção brasileira, samba e carnaval, praia e corpos seminus — despertaram no jovem jornalista chinês um inequívoco fascínio por aquela sociedade tropical e latina. E então passei os próximos 10 minutos de viagem tentando saciar a curiosidade de Jiang sobre o modo de vida no nosso país.

Este inusitado papo caribenho me veio à cabeça alguns dias depois, quando entrevistei Manoel Rangel, presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema). Manoel detalhou o investimento que será feito, a partir deste ano, através do Fundo Setorial, novo mecanismo de incentivo à produção de longas no país. Estamos falando de R$ 60 milhões em 2009, divididos através de editais para produção (R$ 30 milhões), distribuição (R$ 20 milhões) e comercialização (R$ 10 milhões). Nos próximos anos, afirma Manoel, o investimento do Fundo Setorial será ainda maior, chegando a uma média anual de R$ 100 milhões  (o grosso destinado a longas).

Ainda que o Fundo  Setorial tenha uma lógica de retorno do investimento, é correto classificá-lo como um mecanismo de incentivo. Assim, devemos somá-lo aos outros incentivos à produção cinematográfica. Em 2008, os valores arrecadados através dos artigos 1° A (que substituiu a Lei Rouanet no tocante aos longas), 1° e 3° da Lei do Audiovisual, Funcines, restos a pagar da Lei Rouanet e prêmios adicionais de renda e de qualidade totalizaram mais de R$ 147 milhões.

Estes investimentos via incentivos tradicionais devem cair um pouco este ano, com a desaceleração da economia e a diminuição dos lucros da empresas. Mas a entrada do Fundo Setorial vai provavelmente compensar esta perda, talvez com sobras. E nos próximos anos, com a esperada retomada do crescimento e o Fundo em plena atividade, a grana para a produção de longas deve crescei ainda mais.

Revivi, na minha cabeça, o velho debate sobre o subsídio à indústria cinematográfica brasileira. Não seria melhor investir estes 150, 200 paus na educação ou saúde pública? Lembrei das várias reportagens da Veja. Quantas casas populares dão para construir com esta boiada? Lembrei-me dos diretores e produtores que superfaturam orçamentos e se remuneram na produção. Do descaso destas pessoas com o público e da arrogância do “eu-sou-um-artista- gênio-e-faço-o-que-quero”.

Mas então recordei o orgulho da Palma e do Urso de Ouro de Central do Brasil e Tropa de Elite. Do prazer de assistir a Cidade de Deus, Eu, Tu, Eles, Bicho de Sete Cabeças, Edifício Master, Estômago... na minha língua. Lembrei também que o soft money (apelido da grana dos incentivos) é uma realidade na maioria dos países. Dos milhares de empregos qualificados no setor cinematográfico. Do famigerado Collor fechando a Embrafilme e reduzindo o setor a pó.

Finalmente, lembrei da conversa com Jiang Guopeng, do fascínio do asiático pelo Brazilian way of life, despertado pelo contato com nosso cinema. E, lá do fundo, emergiu a memória de uma aula na escola de um professor marxista, na qual ele afirmava que os norte-americanos aceitam negociar qualquer questão econômica, menos a restrição à distribuição de seus filmes. (grifei)


Marcelo Cajueiro é correspondente da Revista Variety no Brasil e membro da ACIE (Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil). 

Artigo publicado na Revista SET, de Junho de 2009, p.46. Valeu!

Lista de filmes resenhados por Henry Alfred Bugalho


Henry Alfred Bugalho

Formado em Filosofia pela UFPR, com ênfase em Estética. Especialista em Literatura e História. Autor de quatro romances e de duas coletâneas de contos. Editor da Revista SAMIZDAT e um dos fundadores da Oficina Editora. Autor do livro best-selling "Guia Nova York para Mãos-de-Vaca". Mora, atualmente, em Nova York, com sua esposa Denise e Bia, sua cachorrinha.

*** BA in Philosophy, and specialist in Literature and History, he wrote four novels and two short stories anthologies. He's the editor of SAMIZDAT Magazine and a co-founder of the Oficina Editora. Author of the best-selling book "Guia Nova York para Mãos-de-Vaca". Henry lives, nowadays, in New York City with his wife, Denise, and their doggy, Bia.


(clique nos títulos para abrir a resenha)

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